Uma floresta rodeada por cidade é o que encontramos ao caminhar na direção sul do Jardim Botânico. Diferente daquilo que é planeado, a Zona do Arboreto, ou Zona de Crescimento Livre, é um espaço de menor intervenção por parte dos responsáveis do Jardim Botânico e que abriga diversas espécies que crescem à vontade.
O que mais simboliza os restantes jardins que compõem a zona envolvente, são as coníferas de diversas espécies, os abetos, que remetem à origem nórdica da família Andresen, os primeiros proprietários do local. Pode-se imaginar que, por crescerem sem supervisão, que o Arboreto seja um espaço de desorganização. Na verdade, o desenho das grandes árvores em conjunto com as diversas espécies e tonalidades de folhas durante as estações do ano, cria uma verdadeira aquarela que parece arquitetada, pronta para encher os olhos tanto de quem está no jardim como dos que passa pela Via de Cintura Interna, indo ou voltando pela ponte de Arrábida. Plantas interessantes, como os grandes carvalhos Quercus palustres colaboram para criar esta visão, já que passam por tons de verde, vermelho e amarelo no outono.
Outras espécies que criam um conceito imagético bastante imponente são as conhecidas Carpas ou Carpinus. Quando sem folhas, criam um aspecto mais soturno aos espaços, mas quando recuperam as folhagens densas, os Carpinus betulus criam formatos de corações invertidos. Os corações, quanto maiores, deixam os lugares cada vez mais interessantes e românticos.
Há também araucárias, com troncos bestiais e que, com a sua mistura durante o crescimento harmónico, tornam o Arboreto mais fresco e aconchegante para os dias mais quentes. Estas plantas criam verdadeiras alusões às capas de livros de contos de fadas. Azevinhos, aveleiras portuguesas, laranjeiras, abacateiros, biscófias, magnólias, tristânias... A diversidade da flora atrai também pássaros, roedores e anfíbios, que passeiam meio escondidos pela quase redoma verde. Outras espécies que merece atenção é a ginkgo biloba, que apresentam o que é chamado dimorfismo sexual. Normalmente as plantas têm os dois sexos na mesma planta, mas a ginkgo biloba não.
Das espécies maiores e mais trabalhadas aos pequenos arbustos. Plantas em estufas ou de espaços aquáticos. Trilhos em mata fechada ou bancos para relaxar em jardins majestosos... O Jardim Botânico não pode ser descartado no caminho dos admiradores da fauna e flora da cidade do Porto.
Redigido por: Matheus Rabelo
Fotografias de: Júlia Aguiar
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