Com folhas que atingem até 6 metros de comprimento e um caule longo, robusto e que cresce a alturas maiores que um prédio de quatro andares, a Palmeira das Canárias é bastante apreciada por aqueles que gostam de olhar pra cima e procuram a sombra em dias ensolarados. É bastante resistente, adaptando-se bem a regiões chuvosas e com muito vento, como é o caso de zonas costeiras.
Então, não é surpresa nenhuma encontrar tamanhas belezas como essas na cidade do Porto, em locais como no Jardim Botânico ou no Jardim do Passeio Alegre.
Estas incríveis plantas são ameaçadas por um inseto que não chega a 5 centímetros: o escaravelho vermelho. Também conhecido como escaravelho da palmeira ou besouro da palmeira, é um inseto coleóptero de cor avermelhada que tem origem asiática e um ciclo de vida em que todas as suas fases coexistem.
O inseto atua da seguinte forma: os escaravelhos adultos alimentam-se das folhas das palmeiras, criando pequenos danos. O problema mesmo está colocação dos seus ovos, que ao eclodirem, liberam as larvas de apetite voraz. Estas comem as folhas mais jovens das plantas e depois criam buracos na planta e comem o seu meristema, parte central da palmeira que responsável pela produção de folhas novas. Com essa região gravemente afetada, as árvores infectadas ficam incapazes de produzir o seu órgão respiratório e acabam por morrer.
No Jardim Botânico, a grande Palmeira das Canárias que fica na entrada já está quase sem folhas, apesar de ainda ter vida. Joana Tinoco, bióloga do Jardim, contou ao Porto Gardens que a planta é tratada mensalmente com um produto para controlar a doença. “Esperemos nós que ela sobreviva. O meristema dela ainda está bom, portanto ainda tem a capacidade de regeneração, de produzir folhas. Se ela rebentar e conseguir produzir folhas novas que fiquem na planta e fazer com que ela cresça ela ainda tem alguma taxa de sobrevivência, se ela não produzir mais folha perdemo-la completamente”, salienta.
Dentro de uma única planta, um escaravelho pode produzir várias gerações, sendo possível encontrar indivíduos de cada etapa de desenvolvimento do inseto nas palmeiras. No clima da cidade, a praga necessita de três a quatro meses para completar o ciclo de ovo a adulto, pelo que podem existir, no mínimo, três gerações de escaravelhos por ano. Se considerarmos que a fêmea pode pôr entre 300 a 400 ovos, a capacidade de reprodução é brutal.
Uma palmeira pode estar infestada pelo escaravelho vermelho e não manifestar qualquer sintoma durante vários meses, o que dificulta o seu tratamento e controle. Assim, é muito comum ver palmeiras mortas pela cidade.
Redigido por: Matheus Rabelo
Fotografias de: Franscisca Rehbein e Júlia Aguiar
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