Ao contrário do que muito pensam as cidades são cada vez mais um local repleto de uma vasta e distinta fauna que se vai instalando naturalmente mesmo ao lado da nossa porta.
Os centros urbanos não são mais um local único e exclusivo de pessoas. Os lagos, os jardins e até os próprios edifícios servem para que uma grande variedade de espécies quer de fauna quer de flora aí se instalem e desenvolvam.
Uma grande variedade de seres desde aves e mamíferos passando pelos répteis e anfíbios aprendeu a tirar partido do que alguns locais nas zonas citadinas têm para lhes oferecer. Locais como topos de prédios são um bom local para criar um ninho para algumas espécies de aves, os répteis vagueiam por entre a vasta rede de tubos e canos que abunda nas cidades entre muitos outros exemplos.
São muitas as oportunidades de se integrarem e muitas vezes nem damos conta da sua presença. Talvez as cidades modernas tenham poucos encantos naturais comparativamente com as primitivas cidades de à 12 mil anos atrás, mas mesmo assim tornaram-se num importante centro para um vasto número de espécies de animais e plantas, ao ponto de estas serem mesmo consideradas como ecossistemas completos e em que a biodiversidade se relaciona não só consigo própria mas com o meio envolvente também.
São muitos os fatores que levaram a que estas espécies animais se instalassem nos centros urbanos e fazer destes a sua casa, a abundância de alimento resultante dos desperdícios orgânicos produzidos pelas pessoas, um número de predadores muito mais reduzido, uma grande abundância de abrigos (ex: telhados, casas abandonadas, árvores, entre outros) e as condições climatéricas mais favoráveis, principalmente no que diz respeito à temperatura, pois as cidades funcionam como uma “ilha de calor” estando em média 1,5º acima dos valores fora das zonas urbanas. Em alguns casos extremos esta adaptação foi tão bem sucedida que estas já não conseguem sobreviver sem a presença do ser humano, como é o caso dos conhecidos pardais-domésticos.
Pardal-doméstico. Foto: Reino Animalia |
Conteúdo, não pode ser tudo positivo. A esperança média de vida de uma animal na cidade é mais reduzida, facto este apenas superado pelo facto de a fertilidade ser bastante elevada o que permite manter uma certa estabilidade nos números de animais da espécie. São vários os factores que explicam esta baixa esperança de vida como a poluição atmosférica, demasiado ruído, atropelamentos, entre outros.
Na cidade do Porto, em locais como o Parque da Cidade, é possível encontrar espécies de aves como as andorinhas-das-barreiras, cartaxos, galeirões, galinhas-de água, guinchos, garças-cinzentas e até guarda-rios, é uma lista que se alarga consoante a época do ano e que valorizam a Invicta. Outras espécies como o gaio, a coruja-das-torres e o mocho galego podem ser observados na área do Jardim de Serralves.
Mocho galego. Foto: Recursos Educativos |
No que diz respeito aos anfíbios mais uma vez o Parque da Cidade e também o Jardim Botânico são a “casa” de espécies como o sapo-comum, a rã-verde, a salamandra-de-pintas-amarelas e até sapos-parteiros-comuns.
Salamandra de pintas amarelas. Foto: Oceanário de Lisboa |
Já no campo dos mamíferos apesar de em menor número devido à significativa expansão do betão ainda é possível encontrar em pequenas hortas espécies como a toupeira, o musaranho-de-dentes-brancos-grande e até o ouriço-cacheiro.
Ouriço-cacheiro. Foto: Naturlink |
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